
Holacracia — Eleições integrativas
Por Leonardo Campos
Na nossa série sobre Holacracia, temos dito que o modelo padrão de decisão nas reuniões deste método é por meio do consentimento, e não por consenso, como acontece comumente (Leia nosso post a este respeito).
Vimos também que os círculos elegem seus representantes para os círculos superiores e existe ainda vários outros papéis que precisam ser preenchidos e para todos os casos utiliza-se a prática das Eleições Integrativas.
Nesse post, vamos entender como acontece o processo de eleição utilizando as técnicas vistas até agora na Holacracia e essa nova prática integrativa.
O que são
As eleições integrativas são uma prática proposta pela Holacracia como a única e exclusiva maneira de eleger pessoas a papéis específicos na organização.
Eleições integrativas vs Eleições democráticas por maioria de votos
Da mesma forma que diferenciamos as decisões por consentimento das por consenso, vamos diferenciar agora os tipos de eleição.
As eleições integrativas procuram identificar possíveis indicações às vagas em aberto por meio da votação comum. Após essa fase, começam as decisões por consentimento, como veremos a seguir na Agenda da eleição. Isso significa que alguém que tenha o maior número de votos pode não ser eleito caso haja objeções fundamentadas em relação a essa indicação.
Agenda das Eleições integrativas
- Defina o papel — O facilitador descreve o papelvaga que se pretende preencher com essa eleição.
- Preenchimento das indicações — Sem qualquer discussão prévia, os participantes escrevem em um pedaço de papel o próprio nome e o nome da pessoa que quer indicar à vaga.
- Declaração pública — O facilitador lê cada indicação e pede que o autor dê uma breve explicação das razões que o levaram a esta sugestão.
- Alterações nas indicações — Após essa rodada de justificativa dos votos, o facilitador pergunta se alguém deseja mudar sua indicação com base nas novas informações e ideias apresentadas. Anota e faz as contagens das indicações.
- Discussão — Caso o facilitador já perceba um candidato provável, é possível pular essa parte, caso contrário, é indicado fazer uma discussão para tentar chegar a um provável candidato e partir para a próxima fase.
- Rodada de consentimento — Aqui o processo já é bem similar ao que vimos até o momento. Um candidato funciona como uma proposta e podem ser levantadas objeções que deverão ser integradas. Ou seja, o processo é o de decisão por consentimento. A única diferença é que existe a possibilidade facultada ao facilitador de poder deixar em “stand by” a proposta em andamento, dado algum impasse, e passar para o próximo candidato, com o objetivo de encontrar alguém sem objeções para a vaga e agilizar, com isso, a eleição.
Essa prática pode ser utilizada para se decidir outras coisas, como que tipo de computador comprar para o escritório, ou mesmo onde almoçar naquele dia.
Você já tentou algo parecido? Conte-nos sua experiência e suas opiniões.
Referências:
Site Oficial:
https://holacracy.org/
Artigo sobre Holacracia:
http://www.cutter.com/promotions/apmr0607/apmr0607.pdf
Boa Leo, mais uma prática legal da Holacracia.
Léo,
E como funciona o “mandato” do eleito? O grupo reavalia os representantes de tempos em tempos e propõe novas eleições?
Abs
Rogério, a eleição é para um “termo” determinado, como por exemplo 1 ano. Mas o interessante é que qualquer pessoa do círculo pode exigir uma nova eleição a qualquer momento se entender que a pessoa não está desempenhando bem o papel.
Esqueci de adicionar que apenas se elegem o(a) secretário e o representante do círculo para fora dele (a ligação representativa), os demais papéis são de responsabilidade do link principal determinar.