
6 passos: Da ideia ao planejamento e execução
Por Rafael RossiEm startups e empresas de todos os tamanhos, principalmente nas que atuam com desenvolvimento é comum escutarmos as pessoas falarem – Precisamos de um novo modelo de negócios,um modelo que escale rapidamente! Sendo assim, nós, gestores e desenvolvedores, temos que montar processos que transformem algumas iniciativas em produtos que entregam valor para o usuário, mesmo que o mínimo.
Primeiro passo — Gerar ideias com técnicas de desconstrução
Divergir, sair da zona de conforto, ser disruptivo, arriscar, quebrar paradigmas, se divertir, viajar na maionese (entreguei a minha idade..rs), criar, mudar, alterar a rota,etc; Estas palavras certamente combinam com o momento onde técnicas como, Brainstorms, Workshops e Inceptions, são formados para que grandes features/produtos nasçam e pereçam, neste momento do processo temos muitos palpites, suposições, grandes ideias; o backlog fica imenso, mas muito da sua ideia inicial é limada quando chegamos no momento de definirmos um MVP (Minimum Viable Product) ou Mínimo Produto Viável que deverá ser entregue para o usuário, o que falaremos a seguir.
Segundo passo — Modelar a ideia
Certamente nosso amigo Guilherme Massa e Rafael Buzon, já falaram de técnicas e ferramentas de como colocar ideias no papel para que sejam executadas, utilizando BMC (Business Model Canvas), Product in a Box (Parte I e Parte II), Design Thinking, Prototipagem etc… mas, é importante lembrarmos que uma ideia não colocada (registrada) em algum lugar e com o mínimo de estrutura de execução pode passar desapercebida.
Terceiro passo — Testar a ideia
Algumas das grandes ideias/modelos de negócio, como Dropbox® e Skype® passaram por teste de usuários sem que um desenvolvedor tivesse desenvolvido uma linha de código. Para isso, testaram o modelo com usuários utilizando protótipos que ajudavam a refinar a ideia e chegar em um estado mínimo de aceitação antes de iniciar o desenvolvimento, ou seja, gastaram pouco antes de arriscar algo que poderia não ter aceitação de mercado.
Quarto passo — Criar um repositório de ideias
Para quem precisa criar, reagir ou mudar rapidamente, é muito importante criar um repositório de ideias – A documentação é muito importante em qualquer processo, mas ela deve ser empírica para que as ideias não sejam esquecidas. Para mostrar um pouco da importância vou utilizar um exemplo: O repositório de ideias pode ser um local onde POs (Product Owners) consigam pegar iniciativas e estruturá-las no nível do negócio para serem desenvolvidas, chamamos esse repositório de backlog do produto. Minha sugestão para quem não utiliza métodos ágeis e não está habituado a trabalhar com escritas de estórias de usuário é criar uma wiki ou um simples documento elencando as ideias e contemplando o mínimo de informação como:
- Nome da ideia
- Qual o objetivo
- Quem atenderei com minha ideia
- Qual benefício para o usuário
- Impactos e dependências
- Quais funcionalidades chave
- e o mais importante anexar toda pesquisa, referências, inputs que estabeleçam alguma relação para que esta ideia seja viabilizada)
Quinto passo — Estimar esforços e definir um MVP
A metodologia de Lean Startup trata a definição do produto mínimo viável (MVP, do Inglês Minimum Viable Product) como um dos marcos importantes no ciclo de vida de um empreendimento. Se fossemos quebrar estas três letras e resumí-las para que qualquer um possa entender.
- Minimum: o menor tamanho possível, que possa ser entregue no menor tempo possível. Lembrando que pode ser qualquer coisa que possa validar a hipótese, não necessariamente parte do produto final.
- Viable: gerar uma proposta de valor, do inglês value proposition, importante o suficiente para que seu principal cliente adote esse produto, se possível gerando receita.
- Product: funcionalidades encaixadas em uma entrega que se assemelhe a um produto coeso e útil.
Após definições e uma breve explanada, podemos constatar que é uma das etapas que temos que tomar mais cautela, revisitar o repositório de ideias e ver se nada foi esquecido. Ter um backlog não significa ter um produto. Para isso temos que envolver pessoas com entendimento de produto e de tecnologia que debatam a ideia e cheguem a uma ideia com um mínimo de valor para o usuário do ponto de vista de negócio e executável do ponto de vista de tecnologia. Neste momento falamos que estamos com escopo definido em níveis mais abstratos.
Nosso colega Rafael Buzon costuma falar em evitar o “Big Bang de Features“. Eu gosto de falar em gestão de demandas, sendo a etapa de passar da ideia para execução é um dos processos mais importantes. É quando precisamos estimar e criar indicadores tanto para o desenvolvimento quanto para o negócio, que por sua vez é um dos temas mais interessantes e polêmicos, assim como abordou em um outro post nosso amigo Leonardo Campos que expõe a opinião de alguns profissionais do mercado sobre o quê acham do processo de estimar.
Convergir, puxar bexigas, realizar, tornar palpável, etc… É legal lembrarmos de uma estrutura de escopo para o desenvolvimento, vou utilizar o Scrum (na prática) como exemplo: Definição em épicos, User Stories e tasks, que facilitam a análise do time nas cerimônias de desenvolvimento e estruturam a ideia que, na maioria das vezes, chega em épicos e precisa ser detalhada e quebrada em ações menores (User Stories e Tasks) para que sejam executadas, momento normalmente conhecido como Grooming. Um MVP vai nascer da estrutura destes Épicos, quebrados em User Stories e Tasks e que passarão por uma linha de corte.
Nas reuniões de definição do MVP, é extremamente necessária a presença de pessoas que estão olhando para estratégia e definam, olhando não só para complexidade técnica, mas para o todo e que cobrirá em maior escala a entrega dos objetivos do negócio. Ter uma estimativa de esforço e de entrega de valor agrega peso na decisão.
Nota – Gerar métricas é importante para que em um processo de tomada de decisão, no ato de comparação, fique mais evidente a razão que embasou a referida tomada de decisão.
Sexto passo — Desenvolver e medir!!!
É um processo cíclico, ou iterativo incremental, se preferir ;-), e serve apenas como uma pequena referência de como se pode colocar uma ideia em prática.